Monday, December 25, 2006

Ceia de Natal

Nossa ceia de Natal foi o máximo. Deu tudo certo. Andréia e eu resolvemos passar o Natal a dois, sozinhos aqui na casa do Afonso. A farra seria preparar a ceia, nossa primeira.

Decidido o menu (peru, farofa, salada e, de sobremesa, ambrosia) o desafio foi encontrar os ingredientes. Foi a maior gincada porque nenhum supermercado tinha tudo, tivemos de rodar Luanda atrás das coisas, mas encontramos. Nosso maior luxo, proporcionalmente, foi comer alface: um pé, R$ 35. Compramos um peru da Sadia de quase 5 kg. Pra rebater, uma champanha Moët et Chandon Brut Imperial (esse, em termos absolutos, nosso maior luxo).

Ligamos para mães, avós, tias etc. para confirmar nossas receitas e passamos o domingo cozinhando. Pra começar, tive de tirar o saco plástico com miúdos de dentro da cavidade abdominal do peru. Fiz isso com um certo desgosto, devo dizer. Daí, ficou lá dentro um osso, e eu, encasquetado pensando que diabos de osso era aquele na cavidade abdominal. Resolvi puxar e ele saiu! Era o pescoço do bicho que tinham cortado e enfiado lá dentro! Rimos à beça.

O suspense maior rolou na hora de assar. As instruções eram para deixar duas horas no forno, mas, depois de uma hora e meia, achamos que já estava torrado de mais por fora, ou seja, o fogo devia estar quente demais. Abaixamos, mas, já no fim, cortamos um pouco e achamos que ainda estava cru por dentro, então ainda deixamos mais meia hora, morrendo de medo de ele queimar por fora. No final das contas, deu tudo certo. Fritamos umas fatias de abacaxi (os abacaxis daqui são os mais gostosos que já comi na vida, realmente fantásticos) e abrimos uma lata de pêssegos em calda pra acompanhar o peru. Fizemos um molho com vinho tinto e a gordura do assado. Tiramos a farofa que havíamos feito antes e estufado dentro do bicho.

A salada tb ficou bem gostosa: aipo, queijo azul dinamarquês (tipo gorgonzola), nozes pecã, maçã e alface.

Fiz também umas caipirinhas pra iniciar os trabalhos.

Arrumamos a mesa bem bonita e jantamos à luz de velas. Foi bem gostoso mesmo. Morremos de saudades da família, é verdade, mas estávamos felizes juntos.

Nossa ceia teve a vantagem sobre as ceias das nossas famílias de só ter um prato de cada tipo: uma carne, um acompanhamento, uma salada e uma sobremesa. Ah, e foi uma refeição só. Deu pra focar, entende. No Rio, são várias refeições, cada uma com vários pratos. Daí a pessoa fica agoniada querendo provar de tudo. Só coloca um pouquinho de cada coisa no prato, mas acaba querendo comer mais. O resultado, geralmente, é que se come demais. Nós aproveitamos bastante, mas sem ficarmos entupidos.

Pra diminuir a sensação de distância, mandamos presentes para a família. Comprei lembrancinhas na Richards e com a Marly, artesã de capim dourado de Palmas (TO). Mandei entregar tudo na casa da minha mãe. A Andréia teve menos sorte: fez encomendas no Boticário que não chegaram a tempo.

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